terça-feira, 11 de junho de 2013

Resenha: Maze Runner #2 - The Scorch Trials

de James Dashner


The Scorch Trials, ou Prova de Fogo, é o segundo livro da série Maze Runner. Já dei uma sinopse fajuta do primeiro livro na resenha, e na resenha do segundo livro, claro que vai ter spoiler do primeiro (mas não do segundo, se tiver eu aviso, coloco em amarelo, etc etc).
Prova de Fogo começa imediatamente após Correr ou Morrer, com todos os Gladers sãos e salvos no esconderijo do pessoal que os salvou. Ao acordar na manhã seguinte, Thomas sabe que algo está errado. Onde está a Teresa? O que são essas pessoas gritando na janela? O que aconteceu com os nossos salvadores?
Logo no início do livro, Thomas e o resto dos Gladers descobrem que o labirinto foi, na verdade, apenas um teste, e que mais (e mais difíceis) testes estão por vir. O segundo livro é, então, sobre os personagens enfrentando esses outros testes. Eu não quero dar muitos spoilers, mas a estória é basicamente essa.
Então, vamos ao que eu achei?
O livro segue na mesma tensão do primeiro. Aquela vontade de ler mais e mais ao final de cada capítulo continua lá, firme e forte, e a narrativa te deixa tão presa quanto sempre deixou.
Maaaaaas o livro cai, na minha opinião, um pouquinho na "síndrome do segundo livro" (que é, em uma trilogia, quando o segundo livro se arrasta demais sem explicar nada, com pouquíssimos fatos novos, porque o autor está guardando tudo para o final). Não que esse livro se arraste! Como eu já disse, você continua doido por cada vez mais. O James Dashner é um ótimo escritor. No entanto, o segundo livro não explica muita coisa do que queremos saber, e se temos alguma explicação a mais, ela é pouca, e fica escondida pelo surgimento de mais mistérios e mais personagens. Eu tenho sérias dúvidas de que James vai conseguir explicar tudo que deixou em branco no terceiro livro, mas vamos ver.
Thomas continua o mesmo, só um pouquinho mais irritante. Em todo capítulo ele pensava "eu sinto tanta falta do Chuck e da Teresa" e se isso já não estava chato antes, no meio desse livro quando ele nos lembra do quanto está infeliz pela centésima vez, fica. Pelo menos o livro não é em primeira pessoa (apesar de só vermos Thomas o tempo inteiro, tudo ficaria mais insuportável em primeira pessoa).
Sobre os novos personagens, eu gostei de Aris e Jorge (e mais tarde Harriet e Sonya) e detestei Brenda. Sempre achei o romance do primeiro livro forçado e desnecessário, algo feito só para atender a um público maior de jovens, e quando Brenda apareceu, eu vi logo que ela estava ali pelo único propósito de criar um triângulo amoroso. Que, diga-se de passagem, não funciona, e torna Brenda uma personagem chata.
Meus lindos personagens favoritos ainda continuam lindos e favoritos, Newt e Minho! Não vemos tanto deles quanto eu gostaria, mas ainda assim os vemos.
Apesar dos pesares, a estória desse livro em um todo é ótima. As provas pelas quais eles tem que passar são muito difíceis, realmente (e um pouco perturbadoras), então todos os contras são perdoados, mais uma vez, pela grandiosidade dos prós.
Não gostei tanto quanto o primeiro, porque a ideia do labirinto foi o que me comprou, eu AMO labirintos, mas reconheço que uma trilogia inteira no labirinto seria muito chata.
E mais uma vez nos deparamos com a tal pergunta. WICKED é bom? (CRUEL em português, né?)
Eu tenho uma teoria sobre WICKED, e sobre o motivo de tudo isso, e sobre o final desse livro, mas prefiro não compartilhar e não desenvolvê-la muito. Se no final eu estiver certa, eu digo. Por enquanto vamos deixar quieto.
Se para Maze Runner dei cinco estrelas, esse receberia quatro e meia (se fosse possível), mas recebe quatro, porque eu sou má e arredondo pra baixo.


Beijos, etc.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Resenha: Invisibility

de Andrea Cremer e David Levithan

Invisibility conta a estória de Stephen, um garoto de 16 anos que nasceu invisível. Ninguém nunca foi capaz de vê-lo, nem seus próprios pais.
Stephen se acostumou a desviar de pessoas ao andar na rua, a não falar com ninguém, a pagar suas contas e fazer suas compras pela internet, e a viver uma vida completamente solitária. Um dia ele conhece Elizabeth e, como acontece com todas as outras pessoas, Stephen assume que ela não pode vê-lo. Até que ela fala com ele.
Essa é basicamente a premissa do livro. Ele começa simples, tranquilo apesar da atmosfera triste. O livro é escrito por dois pontos de vista: Stephen e Elizabeth. Stephen escrito por David, Elizabeth escrita por Andrea.
Nunca li nenhum livro da Andrea antes desse, mas não é segredo que desde que comecei a ler livros do David Levithan eu me apaixonei por sua escrita. Ele tem uma forma diferente de narrar suas estórias, um jeito complexo e ao mesmo tempo... simples. Suas partes no livro foram minhas partes favoritas, sem dúvida. Sobre a escrita da Andrea, não acho que seja justo julgá-la apenas por ter lido este livro, mas a impressão que tive foi de que em algumas passagens sua narrativa não era consistente, e um pouco cansativa. Era como se ela começasse a narrar um acontecimento na sua própria forma de escrever, e de repente mudasse para outra forma, de outra pessoa.
Sobre a estória, eu gostei do início e do finalzinho, mas o meio... No meio os fatos mudam, os personagens descobrem coisas que mexem com a dinâmica do livro, o tornando um pouco chato, um pouco arrastado.
Eu não esperava por essa explicação da invisibilidade de Stephen. Na verdade, eu acho que não esperava explicação nenhuma. Achei que esse livro ia ser um livro de sentimentos, de interação entre pessoas, com nada de mistério ou ação, mas estava enganada. Não que tenha muito mistério ou ação, mas me desapontou de qualquer forma.
Desapontamento salvo apenas pelas felizes referências à Doctor Who, Harry Potter, etc.
Sobre os personagens, Laurie será sempre o meu favorito. Ele é simplesmente o melhor irmão, a pessoa mais determinada, mais forte e mais fofa de todas (Talvez eu esteja exagerando, mas... Eu realmente amei o Laurie).
Stephen também é um bom personagem, e sua única falha é ser bom demais com relações novas para alguém que nunca fez nenhuma. Eu entendi que ele lê muitos livros, assiste pessoas na rua, e vê muita TV, e por isso sabe se comportar como uma pessoa "normal", mas ainda assim, isso não seria o suficiente para prepará-lo para uma relação com pessoas completamente novas e reais, e ele parece aprender muito rápido a se relacionar com Elizabeth. Eu esperava que ele fosse ser a)tímido, reservado, com medo de falar ou b)extremamente falador e sem escrúpulos, como se todos esses anos sem falar com quase ninguém tivessem sido acumulados e agora estivessem saindo. Mas eu reconheço que essa é apenas a minha visão de como alguém que vive recluso deveria se comportar, e que ela não necessariamente precisa ser verdadeira.
Sobre Elizabeth, eu a achei normal. Ela é definitivamente determinada, e talvez um pouco inconsequente em sua determinação, mas uma boa pessoa, no final de tudo.
A única coisa que me incomodou MUITO foi o amor instantâneo. Oi? Eu sei que eles são o par romântico da parada. Eu sei que Stephen vai ter uma relação profunda com ela, pois ela é a primeira pessoa com quem ele realmente fala que não é de sua família. E eu sei que Elizabeth está num lugar novo, sem amigo nenhum, e precisa de alguém pra conversar, mas oi? Foi tudo tão repentinamente do "oi" ao "te amo" que não houve nem tempo para um conhecimento profundo da outra pessoa. Tudo só... aconteceu.
*suspira* Eu preciso achar um livro com um desenvolvimento de relação crível, que eu realmente possa entender, que não tenha algo pura e simplesmente "olhei-gamei", mas é tão difícil quanto achar nota de um real.
Enfim, uma resenha pequena para um livro sem nada de mais. Gostável, mas apenas no sentido de passar o tempo. Mas de qualquer forma, acho que David Levithan vale a pena.

Beijos, etc.

domingo, 2 de junho de 2013

Resenha: Divergente

de Veronica Roth

Eu comecei a ler esse livro sem saber de nada, e acho que foi melhor, mas se você quiser saber algo, aqui vai:
Divergente é uma distopia (que surpresa) na qual a sociedade é dividida em cinco facções: Abnegação (para os altruístas), Audácia (para os corajosos), Franqueza (para os honestos), Amizade (para os pacíficos), e Erudição (para os inteligentes).
Todos crescem de acordo com os costumes das facções em que nascem, mas aos 16 anos, todos os jovens passam por um teste de aptidão, onde eles descobrem em que facção eles se encaixam melhor. Logo depois, eles escolhem em qual facção querem passar o resto de suas vidas, seja ela a apontada pelo teste de aptidão ou não. A partir daí, eles passam por um programa de iniciação, para saberem se são realmente aptos a estarem naquele lugar, e os que não passam nesse programa viram os "sem facção". Os sem facção viram garis, motoristas de ônibus, e outras coisas do gênero, e ganham por isso, mas o livro deixa bem claro que não ganham o suficiente para viver decentemente.
A nossa personagem principal, Beatrice (ou Tris), ao fazer o teste de aptidão, consegue um resultado estranho, e deve esconder isso a qualquer custo.
Ok. Muito bem. Vamos às opiniões.
Logo de cara torci o nariz: narração no presente. Estilo "levanto e pego" e não "levantei e peguei". Isso sempre me deixa irritada, mas depois de um tempo de leitura eu fui capaz de ignorar a escrita.
O livro é muito interessante e te deixa com vontade de ler o próximo capítulo. Os personagens são interessantes e bem construídos, com personalidades claras. Você torce pela personagem principal e por seus amigos, e passa a odiar seus inimigos e torcer pela morte deles (desculpa, mas é verdade. MORRAM.). Pessoas que você gostava mudam de lado. Pessoas morrem. Pessoas são manipuladas. Todas aquelas coisas que a gente já conhece.
O grande problema com esse livro é a sociedade em si.
Vamos aos problemas da sociedade, galera?
Primeiro: eles vivem no que seria o futuro de Chicago, e o lugar tem cercas (ou muros?) em volta, supostamente os protegendo do que está do lado de fora, mas o QUÊ exatamente está do lado de fora nunca é mencionado. Ninguém parece ter curiosidade para saber o que existe do outro lado do muro. Não sabemos se as pessoas não saem porque existem pessoas perigosas lá, ou porque a água inundou tudo, ou porque a  terra está coberta por plantas venenosas, ou porque os ratos mutantes simplesmente dominaram o resto do mundo. Sei que (ou espero que) isso vai ser explicado nos próximos livros, mas o que me incomoda é o fato de que ninguém parece se importar, ou sequer pensar, no mundo do lado de fora.
Segundo: o que acontece com os sem facção que tem filhos? Não existe menção de nascidos sem facção fazendo o teste de aptidão ou escolhendo uma facção, então aparentemente, os filhos continuam sem facção, e seus filhos também, e assim por diante. Pelo que o livro dá a entender, essa sociedade na qual Tris vive não é nova. É mais velha do que pelo menos duas gerações, já que as pessoas mais velhas que aparecem já nasceram inseridas nela. E se os sem facção continuam aumentando e aumentando de número, e não ganhando o suficiente para viver, porque não houve nenhum tipo de rebelião da parte deles? Nem que fosse uma pequena greve, onde todos os veículos parariam de funcionar, e as ruas não seriam limpas? Isso me parece extremamente inverossímil.
Terceiro: dividir as pessoas em facções de acordo com suas características? Sério? Se eu sou erudita eu não posso ser audaciosa? Se eu sou honesta não posso ser pacífica? E eu sei que quem já leu vai dizer "mas o livro fala sobre isso! A Tris se pergunta isso, e o Quatro também!". Gente, estou falando dos problemas da construção da sociedade, e não da estória. A organização da sociedade parte da premissa de que todos os humanos possuem uma e apenas UMA característica que os define, e que todas as outras, embora talvez presentes, são mais fracas, e se você tem mais de uma característica (de apenas cinco. CINCO) forte você é uma aberração que tem que esconder sua personalidade. Tem algo obviamente errado com isso.
Quatro (esse problema já apareceu, mas agora ele volta por motivos diferentes): COMO ESSA SOCIEDADE DUROU TANTO TEMPO? Por que não houve ainda nenhuma rebelião até o presente momento? O fato de que uma organização tão claramente falha tenha durado mais do que alguns anos não é apenas improvável, é impossível. Os humanos não estão sofrendo nenhum tipo de lavagem cerebral, que eu saiba, para que acreditem piamente naquela divisão. Eles obviamente ainda tem seu livre arbítrio. Como é possível se conformar por tanto tempo com algo que não é saudável, e que não daria certo, efetivamente? E agora sim chegamos a um dos problemas com a escrita: a autora claramente força o mundo a dar certo, força a sociedade a existir daquela forma. Eu acho que teria aceitado melhor se fosse um mundo... diferente, que nunca tivesse sido o nosso mundo em primeiro lugar, um universo alternativo ao invés do nosso futuro. Mas o livro acontece no futuro.
Quinto: Como a sociedade chega a tal ponto? Como nós partimos do que temos agora para algo que me parece completamente... Antigo? Uma ideia arcaica, que talvez tivéssemos nos nossos primeiros anos na Terra, a ideia de dividir os humanos ainda mais, ao invés de os aproximar e possivelmente os tornar iguais? Eu sei que é uma ideia interessante, e contrabalanceia a ideia da maioria das distopias, de que todos os humanos devem ser iguais, mas... Me desculpe, Veronica Roth. Sua sociedade não foi bem construída.
E ei, quem sabe talvez você explique tudo isso nos próximos livros? Quem sabe eu tenha a minha boca calada por você? Realmente espero que isso aconteça.
Eu sei que falei muitas coisas negativas sobre o livro, mas a estória, o que acontece no livro em si, é boa. Enquanto eu o lia, eu não sabia direito o que estava me incomodando tanto, de forma que o achei agradável e bem envolvente. Sério, não julguem o livro pela sociedade na qual ele se passa.
Tá, talvez julguem um pouquinho. Pensar sobre o que você está lendo nunca é ruim.
A minha resenha termina aqui, mas eu ainda tenho uma coisa que quero tirar do meu peito. Ela vai estar em amarelo, pois é SPOILER.
É realmente necessário que ocorram todas aquelas mortes? Os pais de Tris realmente precisam morrer, os dois na mesma noite? Me parece que a autora quis mostrar os "horrores da guerra" de uma forma forçada demais, e ei, agora a personagem principal está livre de laços familiares que a prendam à sociedade, exceto por seu irmão! Seria engraçado se não fosse triste. É como uma nova maneira de não ter que lidar com SDPD (Síndrome dos Pais Desaparecidos). Não foi legal, Veronica. Não foi legal.

É isso. Acho que já desabafei o suficiente.

Beijos, etc.

sábado, 1 de junho de 2013

Resenha: Crônicas Lunares #1 - Cinder

de Marissa Meyer

Cinder é uma releitura futurística do conto de fadas Cinderela. Nesse futuro, todos possuem um ou mais androides para fazer o trabalho doméstico para eles, e os ciborgues são "criaturas" desprezadas. Cinder, a personagem principal, sofreu um acidente ainda pequena e teve que ter sua mão e perna esquedas substituídas por partes mecânicas, fazendo dela um ciborgue, coisa que ela tem que esconder de todos. Ela mora com a mãe adotiva e suas duas filhas, e trabalha como mecânica para sustentá-las desde que seu pai adotivo morreu de "Febre Azul", uma praga que vem se alastrando pela Terra desde a última guerra, e que ainda não possui cura.
Isso é apenas o básico. O livro possui intrigas, mistério, romance e mais. Ele é escrito em terceira pessoa, com o POV mudando em alguns capítulos, não se focando apenas ao que Cinder sabe ou vê. Apesar da forma como Marissa escreve não possuir nada de excepcional, na minha opinião, ainda assim é muito boa e fácil de ser lida.
Os personagens são bons, bem desenvolvidos. Eu estava com medo de Cinder se transformar em mais uma Mary Sue, mas ela me surpreendeu bastante ao tomar algumas decisões que eu não esperava, e mesmo que eu não concorde com as decisões da madastra, eu as entendo.
A construção de mundo, por outro lado, deixa a desejar. Não aprendemos muito sobre como o mundo em que Cinder vive veio a ser o que é. Nós entendemos algumas coisas conforme elas vão acontecendo, pois toda vez que surge alguma dúvida maior, a autora nos explica, mas só o absolutamente necessário para o nosso entendimento. Não acho que isso seja um ponto negativo muito forte, pois mesmo que não saibamos direito como tudo foi se desenvolvendo, ainda conseguimos entender toda a estória sem ficar para trás, sem muita confusão.
De forma que chegamos aos pontos negativos. Nesse momento, só consigo pensar em um: a predictabilidade. Nada foi uma surpresa para mim nesse livro, e pela forma como as coisas se deram, estou surpresa que tenham sido uma surpresa para Cinder. A grande revelação ao final do livro pode ser descoberta no meio, e a grande revelação do meio, no início.
Como pontos positivos, além dos personagens, acho que sou obrigada a ressaltar a criatividade da autora. Porque convenhamos gente, ao ler a sinopse desse livro a primeira coisa que você pensa é "cara, que viagem". Confesso que se não soubesse que cada um dos 4 livros da série teria um personagem baseado em um conto de fadas (Cinder, Cinderela; Scarlet, Chapeuzinho Vermelho; Cress, Rapunzel; e Winter, Branca de Neve) eu não teria lido. Mas mesmo com toda a aparente confusão, o livro funciona de tal maneira que você esquece o quão maluco tudo aquilo soa e começa até a achar tudo muito plausível.
Devo dizer também que fiquei surpresa com a forma não-tão-sutil-assim-mas-ainda-muito-legal que Marissa  jogou aspectos da estória da própria Cinderela no livro, como a roupa rasgada, a carruagem destruída e a perda do sapato.
Cinder, afinal, é uma estória muito agradável, que realmente te deixa querendo saber o que vai acontecer, e estou muito ansiosa para ler Scarlet. Altamente recomendado para quem gosta de contos de fadas, como eu.

Beijos, etc.