sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Resenha: Legend #2 - Prodigy

de Marie Lu

Prodigy, segundo volume da trilogia, é ainda melhor do que Legend. Nesse livro, Day e June estão procurando pelos patriotas em Las Vegas para pedir sua ajuda com três coisas: achar o irmão de Day, Eden; ver Tess e se certificarem de que ela está bem; conseguir assistência médica para Day, que está com sua perna muito machucada.
Mas os Patriotas não são tão generosos, como já descobrimos no primeiro livro ao ver quanto dinheiro June teve que pagar apenas para que eles a ajudassem a libertar Day, e os nossos dois protagonistas estão com pouco dinheiro. Dessa vez, eles terão que fazer algo diferente para os Patriotas.

Dá pra ver que Marie Lu evoluiu em sua escrita do primeiro para o segundo livro (não que no primeiro tenha sido ruim). Ela não perde tempo com detalhes excruciantes sobre o cenário, mas ainda assim consegue ambientar a cena de forma envolvente. Suas cenas de ação me deixaram tensa e inquieta durante todo o livro.
Eu não sei o que esperava desse livro, ou que rumo eu esperava que a trilogia fosse tomar, mas isso definitivamente nem cruzou a minha cabeça. TUDO muda. Marie Lu te força a pensar bem em quem você acha que está mentindo e em quem você acha que está certo, sem te dar pista nenhuma sobre os personagens. Ao menos, não pistas que você perceba logo de cara. As reviravoltas são sutilmente implantadas ao longo da narrativa, mas você só as capta de fato quando elas são jogadas na sua cara.
Eu ADOREI o fato de que Marie Lu não ignorou o resto do mundo. Várias vezes, em livros distópicos, eu me pego perguntando para outras pessoas que leram o livro "O que você acha que aconteceu com os outros países? Como você acha que eles estão lidando com essa crise?". Eu odeio isso. Mas nesse livro ela nos mostra exatamente como o resto do mundo está, e não só um continente ou outro, mas todo o globo.
E, ainda sobre descobrir o resto do mundo, as Colônias me deixaram um pouco mais perturbada do que a República. Talvez seja por que eu já tenha me acostumado com a República, de certa forma, e nós vemos tão pouco das Colônias que eu tenha ficado curiosa para saber o que diabos está acontecendo naquele lugar, mas... há algo de errado ali.
E a República não me incomoda tanto por ser tão distante da nossa realidade hoje em dia, mas as Colônias se parecem muito com o nosso mundo atual. E ainda assim, alguma coisa não está certa naquele lugar. Nós só vimos a superfície, mas se tivéssemos a oportunidade de ver mais sobre o que ocorre lá, tenho certeza de que veríamos que tem tanto de errado ali quanto na República.
À respeito dos personagens, vou começar com os secundários.
Kaede me impressionou muito nesse livro. Não pelo seu desenvolvimento, pois ela não muda exatamente, mas pelo quanto nós descobrimos sobre ela.
A Tess foi de ser uma menina que apenas estava ali e não fazia diferença nenhuma para ser alguém completamente irritante que eu, apesar de querer que seja feliz, quero que seja feliz fora do meu campo de visão.
O que mais me surpreendeu foi que eu realmente gostei de Anden. Eu me pegava relendo tudo o que ele falava para ver se conseguia captar alguma mentira ou indício de manipulação, e até agora não sei com certeza de que lado ele está. Se ele acabar do lado errado eu vou ter que aplaudí-lo de qualquer forma, pois ele conseguiu me enganar direitinho.
As partes de June foram as que eu mais gostei de ler aqui. Ela é inteligente, corajosa, forte, e mesmo assim não deixa de ter falhas, inseguranças, e momentos em que faz escolhas com as quais eu não concordo. E a posição em que ela está, durante esse livro, é muito interessante de se ler. Eu ficava decepcionada toda vez que seus capítulos acabavam. Outra coisa que amei foi como o desenvolvimento de June acontece devagar, e não de repente. Ela ainda tem, eu seu interior, todos os ensinamentos da República, e esses instintos não somem em algumas semanas. É preciso tempo. Nesse livro, ela ainda tem dúvidas, ao invés de estar completamente certa do que quer, e isso faz de seu personagem muito mais crível.
Day, no entanto, foi um pouco frustrante. Ele é muito confiante em relação à certas coisas, mas em outras ele se deixa levar completamente pela dúvida (e pela manipulação de terceiros), e foi disso que eu não gostei nele. Poxa, Day, tenha mais fé. Confie mais na June. Ela arriscou tanto por você.
Ainda assim, o personagem de Day continua sendo tão bom quanto o de June. Existe uma diferença entre ficar frustrada com um personagem como personagem mesmo ou como pessoa. Day me deixou frustrada apenas como pessoa (e isso não significa que eu deixei de gostar dele).
Eu adoro como June nos narra tudo de forma mais detalhada, nos dando as horas, os números exatos, tudo. Isso é outra coisa que eu realmente gosto nesses livros, as vozes de Day e June são claramente diferentes. June é muito mais racional, enquanto Day é muito mais impulsivo, e os dois são SUPER inteligentes. Eu nunca me esquecia do ponto de vista de quem eu estava lendo, como acontece tantas vezes em livros com mais de um ponto de vista. Quando June narrava, eu estava completamente imersa em seus pensamentos, e quando Day narrava, eu estava imersa nos dele.
O enredo em si começa bom, e fica ainda melhor. A autora não faz como tantos outros insistem em fazer, deixando tudo para ser resolvido no final (no caso de trilogias ou séries, deixando tudo para ser resolvido no último volume). A ação nesse livro começa cedo e não termina.
Pela primeira vez, eu não faço a mínima ideia do que precisa acontecer no próximo livro. Eu simplesmente não sei.
Eu ouvi dizer por aí que Champion teve um final satisfatório, mas que não é tão bom quanto poderia ter sido, e isso me desanimou um pouco, mas assim que tiver a chance vou começar a lê-lo. Eu preciso saber o que vai acontecer, depois desse final.
5 estrelas!

Beijos, etc.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Resenha: Heróis do Olimpo #4 - A Casa de Hades

de Rick Riordan

(Spoilers do outros três volumes)
Eu não vou me preocupar em dar um resumo decente pra esse livro. Todo mundo já sabe. Eu fui literalmente a última pessoa a começar a ler Heróis do Olimpo.
Mas, ok, basicamente, Percy e Annabeth CAÍRAM NO TÁRTARO. Os outros cinco semideuses tem que ir até a Casa de Hades para fechar as portas do inferno por fora, enquanto Percy e Annabeth tentam fechá-las por dentro.
Tudo é dor.
Temos dificuldades, temos cenas que me deixaram surpresa pelo fato de serem bem mais obscuras do que eu imaginei que qualquer livro do Rick seria, temos cenas fofas, temos personagens irritantes, temos personagens adoráveis, etc. Tudo aquilo que já conhecemos.

"Para meus maravilhosos leitores:
Lamento pelo último suspense.
Quer dizer, não de verdade. HAHAHAHA.
Mas, falando sério, adoro vocês, pessoal."

Wow, Rick Riordan, Wow. Eu te odeio. Eu te odiaria mais ainda se tivesse lido A Marca de Atena quando saiu e tivesse que esperar um ano para o lançamento desse livro. Ainda bem que esse não foi o caso.
Eu estava com muito medo de que esse livro fosse nos deixar no escuro sobre onde Percy e Annabeth estão o tempo todo, se focando nos outros semideuses e aí só no final mostrar o casal nos contando o que aconteceu com eles, mas nós estamos com eles O TEMPO TODO. Nós vemos cada passo que eles dão lá dentro do Tártaro, cada dificuldade, cada monstro, cada obstáculo. Eu fiquei muito aliviada. Eu odiaria ter que tentar assumir o que estava acontecendo com eles o tempo todo.
Palmas pelos dois por serem tão incríveis em tempos de extrema dificuldade. No momento em que eles terminam de cair eles se olham e pensam: "Ok. Nós estamos aqui. Qual é o plano? Como vamos sobreviver?" Nada de choro ou pena. Eles mantém um ao outro forte.
Honestamente, todas as cenas no Tártaro foram minhas favoritas, mas teve uma que me deixou um pouco perturbada, e essa é quando Percy e Annabeth encontram Akhlys. Quem leu vai saber por quê, mas sem spoilers.
Resumindo, Percy e Annabeth são incríveis, não tem nada de novo aqui.
O livro não virou o meu favorito do Rick só por causa das dificuldades deles no Tártaro, mas também por tudo o que acontece fora, com os outros semideuses.
Sem os dois personagens "mais antigos" para roubar a cena, os outros cinco tem uma chance de brilhar. Não que eles estivessem nas sombras antes, mas agora eles realmente aparecem mais, e se desenvolvem mais. Eu passei a gostar mais de cada um deles depois desse livro, mesmo achando que não poderia amá-los mais.
Os capítulos da Piper continuam sendo, para mim, um pouco chatos de ler (mas não pela Piper, pois ela é incrível e eu a adoro, como já disse diversas vezes). Talvez sejam só as coisas que acontecem nos capítulos dela que não sejam tão emocionantes quanto as outras. Talvez. Ainda estou tentando descobrir.
Jason, eu te adoro, de verdade, e a forma como você apóia e motiva as pessoas e tenta fazê-las darem o seu melhor, sempre, faz de você um bom líder e uma ótima pessoa. Mas você tem que parar de desmaiar, ou congelar, ou ser pendurado de cabeça pra baixo sempre que aparece um perigo, ou um monstro.
Eu tenho esse jogo comigo mesma, onde toda vez que algo assim acontece com o Jason eu desenho um raio no livro, e meus livros estão cheios de raios.
Eu não sei se o Rick faz isso de palhaçada, para nos fazer rir, ou se o Jason só é muito atrapalhado mesmo, ou se o poder do Jason é tão grande que Rick o deixa inconsciente ou incapaz durante as lutas para que os outros tenham a chance de fazer alguma coisa, por que se não perde a graça. Mas mesmo assim, eu não posso evitar uma risada toda vez que isso acontece.
Leo! Meu personagem favorito de todos os novatos. Suas cenas nesse livro são todas apaixonantes, eu AMEI cada uma delas, e tenho muita esperança de que tudo dê certo para ele no próximo livro. Se não der vou pessoalmente na casa do Rick. Juro.
Hazel descobre um novo poder e ela é incrível ao aprender a usá-lo. Ela está crescendo e aprendendo cada vez mais, e isso me dá sentimentos estranhos de orgulho que eu não deveria sentir por personagens fictícios.
Falando em orgulho, vamos falar sobre a verdadeira estrela desse livro: Frank! Estou super orgulhosa dele também, e não sei nem o que dizer sem dar vários spoilers. E o que ele fez pelo Treinador Hedge...
Esse livro é tão bom. Meu coração de fã está dando pulos.
Finalmente, Nico. Como se não bastasse que um dos meus personagens favoritos já sofreu o suficiente em sua vida, sendo trocado por um grupo de caçadoras por sua irmã, para depois perdê-la em um piscar de olhos, fosse rejeitado por alguns semideuses apenas por ser filho de Hades, perder seus pais, ter que viver no submundo dando McDonalds aos mortos, passar dias no Tártaro sozinho (Percy e Annabeth pelo menos tem um ao outro), e quase morrer depois de passar dias trancado em um jarro... Ele ainda por cima tem que sofrer, também, por isso. Eu realmente espero que tudo dê certo para o Nico, gente. Em um mundo perfeito ele encontraria alguém que ele ame de verdade, e que o ame de volta, e aí eles se casariam. Se os deuses permitirem, Rick Riordan não vai me decepcionar. Se tem um personagem que eu quero que seja tão feliz que vai dar nojo nas outras pessoas, é o Nico.
Voltando aos comentários, finalmente vemos Grover de novo! Mesmo que por um breve momento. Eu estava me perguntando onde ele estava. E a cada dia que passa eu gosto mais da Reyna e odeio mais o Octavian.
Em resumo, esse livro é ótimo, o melhor que Rick já escreveu (nas séries sobre o Percy Jackson. Não li seus outros livros ainda) na minha opinião. Não consegui parar de ler, tive que ficar acordada até sete horas da manhã para terminá-lo, e não me arrependo nem um pouco.
Eu mal posso esperar pelo próximo livro. O título é "The Blood of Olympus", bem feliz e otimista, né?
Meu medo só não se compara às minhas expectativas.

Beijos, etc.

Resenha: Trilogia Unearthly

de Cynthia Hand




Traduzida no Brasil como "Sobrenatural", a trilogia Unearthly fala sobre Clara Gardner, uma menina com sangue de anjo que está tendo visões sobre um incêndio, no qual ela salva a vida de um garoto que ainda não conhece. Clara não está assustada, ela sabe exatamente o que está acontecendo. Todos na Terra com sangue de anjo tem um propósito, uma razão para estarem aqui, e em algum ponto de suas vidas eles começam a ter visões sobre isso. Esse é o propósito de Clara.
Clara conta tudo para sua mãe, uma mulher metade anjo e metade humana, que imediatamente a ajuda a descobrir onde a visão está acontecendo, e Clara, sua mãe, e seu irmão mais novo Jeffrey, se mudam para lá.

Eu nunca tinha lido nada sobre anjos antes (a não ser pelo início de Hush Hush, do qual rapidamente desisti, e incontáveis fanfics de Supernatural), apesar de já ter comprado A Batalha do Apocalipse há eras atrás. Mesmo assim, acho que esse foi um ótimo começo. O livro explica toda a sua mitologia muito bem, e não tem nada de muito complicado nele.
No início do primeiro livro, eu fiquei um pouco incomodada. Mais um livro com um "amor" instantâneo entre dois personagens, ugh. Mais um livro com um triângulo amoroso desnecessário, ugh. Mas gente, o livro é bem legal, e essas duas coisas quase não me atrapalharam em nada, e só acontecem em Unearthly, o primeiro volume.
Eu adorei a relação de Clara com sua mãe e com seu irmão, e a forma como elas se desenvolveram, não só no primeiro livro, mas durante toda a série. Adorei o fato de que os pais não sumiram nesse livro. Na verdade, eles são uma grande parte dele. Essa não é mais uma daquelas trilogias sem adultos em momento nenhum, sabe? Isso faz uma grade diferença.
O segundo livro foi tão bom quanto o primeiro, só que bem mais triste, com uma carga emocional pesada. Foi um pouco deprimente, na verdade, mas ainda assim foi legal. E o que me surpreendeu ainda mais: no segundo livro eu comecei a me importar com o tal do triângulo amoroso. Ele começou a parecer bem mais verrdadeiro e justificável, até o ponto em que eu não sabia mais quem a personagem principal escolheria. Essa dúvida continua até o final do livro três.
Na verdade, no livro três, eu não sabia mais quem EU escolheria. Eu estava honestamente dividida em duas partes iguais entre os dois garotos, cada minuto me inclinando mais para um lado. Nunca me senti tão confusa a respeito de quem eu escolheria se estivesse na situação da protagonista. Geralmente, eu tenho uma ideia bem clara de quem eu prefiro, e geralmente é a pessoa com quem a personagem principal termina.
Mas o que mais me surpreendeu foi o quanto eu gostei do terceiro livro. Eu tinha achado os dois primeiros legais, mas até demorei pra ler o terceiro porque em trilogias assim o último livro é sempre o mais fraquinho, o pior de todos. Foi por isso que ao terminar o terceiro livro eu eu fiquei boquiaberta. Imaginem minha surpresa ao ler uma cena, entre o meio e o final do livro, que me deixou com lágrimas nos olhos (depois de muito tempo sem encontrar um livro que me emocionasse assim), em uma trilogia pela qual eu não dava nada ao começar?
O final foi feliz, mas amargo, assim como eu achei que ia ser. Mas essa é a vida, nem tudo dá certo para todos, e nesse livro estava claro que alguém não ia sair com tudo às mil maravilhas. Eu adorei.
Fora isso, ele tem a quantidade certa de cenas de ação, e várias surpresas. A série inteira em si é cheia de surpresas, coisas que eu simplesmente NÃO teria adivinhado em momento nenhum.
E os personagens são muito bem construídos. Eu adorei cada um deles, inclusive (para a surpresa de todos) a Clara. Ela comete erros, mas ela os reconhece, ela se arrepende, ela tenta consertá-los. E ela é engraçada, honesta e ela se importa com as pessoas. É raro que eu goste de personagens principais que narram em primeira pessoa, mas nesse livro isso aconteceu. Não tanto no primeiro volume, mas Clara cresce ao longo da série, seu personagem se desenvolve melhor, e isso só aumenta os pontos imaginários que eu ia dando para a trilogia enquanto ia lendo.
Fora ela, adorei sua mãe, seu pai, seu irmão, Tucker, Christian, Angela, Wendy, Billy, e até Samjeeza.
Só uma coisa: aconselho que leiam a novela que acompanha os livros, Radiant, entre o segundo e o terceiro livro. Eu não fiz isso, e fiquei bastante confusa em algumas partes que tinham referências à ela, mas a autora explica brevemente o que aconteceu lá de forma satisfatória e eu não fiquei sem entender nada. Mas teria sido melhor se tivesse lido Radiant antes.
A série como um todo recebe 4.5 estrelas, e só por que o primeiro livro realmente poderia ter sido melhor (apesar de não ter sido ruim). O terceiro com certeza é o meu favorito, e pra quem gosta de literatura sobre anjos, essa série vale muito a pena.

Beijos, etc.