sábado, 30 de novembro de 2013

Resenha: Allegiant

de Veronica Roth

Terceiro e último livro da série Divergente, Allegiant começa quase imediatamente após o final de Insurgente. Nesse livro nós descobrimos o que existe além dos muros de Chicago, como está o mundo lá fora, e como resolver os problemas das facções.
Não descreverei muito o enredo do livro, pois se você ainda não leu os dois primeiros você receberia vários spoilers, e se você JÁ leu os dois primeiros, você tem uma ideia bem clara do que precisa, a princípio, acontecer aqui. Vamos direto para a minha opinião.
(Essa resenha tem spoilers dos dois primeiros livros.)
Quem leu as minhas resenhas de Divergente e Insurgente sabe que eu não tenho sido a maior fã dessa trilogia. Gostei, e me deixou curiosa o bastante para continuar, mas nada que me deixasse muito entusiasmada. Allegiant, no entanto, ainda conseguiu me decepcionar bastante. E olha que eu nem esperava muito; imagina só a decepção das pessoas que amaram os dois outros livros e esperavam algo épico?
Não é um livro particularmente ruim, mas para a expectativa que os leitores tinham, baseando-se nos livros anteriores, o nível de Allegiant diminuiu bastante.
Ao contrário de Divergente e Insurgente, temos poucas cenas de ação. Allegiant gasta grande parte do seu tempo nos explicando a situação em que o mundo se encontra e como eles estão tentando lidar com isso. Não me leve a mal, eu gosto de ter informação sobre a sociedade em que o livro se passa, e tudo que Veronica Roth nos contou era necessário, mas a quantidade de informações deixadas para o livro final foi imensa. Eu já sabia que seria assim, pois ela não tinha revelado nada sobre NADA no final do segundo livro, mesmo tendo muito para explicar, e estava óbvio que o terceiro livro teria um alto nível de info-dump.
O ideal seria que metade dessas explicações estivessem no livro anterior, para que o terceiro pudesse ter uma resolução melhor. Divergente poderia ter sido mais rápido e com menos detalhes de uma facçao só, acabando em algum lugar no que hoje temos como o meio de Insurgente. Assim, o segundo livro teria mais espaço para explicações e o terceiro livro teria sido melhor executado.
Mas não. Nós recebemos toda a explicação em um livro só. Além disso, com essa explicação, nós temos problemas e mais problemas relacionados ao mundo-do-lado-de-fora se adicionando à pilha de problemas que já tínhamos em Chicago. Ao chegar no meio do livro e perceber que a autora não tinha nem começado a resolver nada, eu já sabia que não daria a esse livro mais do que 3 estrelas.
Para falar a verdade, eu gostei do final. Eu gostei da forma como as coisas ficaram depois de tudo ter se resolvido, sabe, eu gostei do Epílogo. O que eu não gostei foi a FORMA e a RAPIDEZ com que as coisas foram resolvidas. Todos aqueles problemas que vão se adicionando à pilha (assim como os problemas anteriores) são rapidamente solucionados em uns... 5 capítulos. Só.
Falando em coisas que não gostei, acho que devo adicionar que a tal explicação para o "por que Chicago está assim? Por que as facções foram criadas?" foi bem previsível. Pessoas com quem eu discuti sobre como o final da trilogia seria já tinham surgido com essas teorias a algum tempo, e eu a vi aparecer em várias resenhas de Insurgente. Achei tudo muito simples, tudo muito fácil. Tudo muito mal planejado.
A impressão que tive foi de que a autora havia tido a ideia dessa sociedade dividida em facções, mas que não sabia ao certo por quê ela havia se dividido assim. E quando ela finalmente pensou em um por quê, esse motivo não foi muito bom. Me parece que a autora não sabia muito sobre o próprio livro que estava escrevendo quando começou a escrevê-lo.
O livro todo, na verdade, foi de certa forma previsível. E várias coisas desnecessárias parecem acontecer apenas com o intuito de causar algum conflito emocional, tanto nos leitores quanto nos personagens. Muito nesse livro acontece não por realmente ter um motivo para acontecer, ou porque merdas as vezes acontecem (com o perdão da palavra), mas sim porque a autora parecia forçar o acontecimento para adicionar tristeza aos seus livros.
Veronica nos afoga em mortes, mais uma vez, e muitas delas acontecem desnecessariamente. Não todas. Algumas realmente eram necessárias. Como eu já disse, eu gostei do final do livro.
Só mais uma coisa: nesse livro temos dois POVs. Ao contrário dos outros, onde só tivemos o de Tris, Tobias nos narra parte da estória de Allegiant. Isso me confundiu em diversas partes porque apesar de Tris e Tobias serem pessoas bem diferentes, suas vozes narrativas eram praticamente iguais. A falta de diferença nos capítulos deles me deixou um pouco irritada, pois em vários momentos eu achava que estava lendo Tris e aí o narrador dizia "e então Tris entrou..." e eu tinha que voltar e ler tudo de novo, agora sabendo que o narrador era o Tobias, só para me situar.
Essa mudança de POV me confundiu e irritou bastante (além de deixar claro o que iria acontecer, desde o início. Pelo menos para mim. Mais uma vez eu digo: esse livro foi bem previsível.)
Peço sinceras desculpas às pessoas que amam essa trilogia e a acham brilhante, mas eu, honestamente, a achei apenas ok.
Gosto da escrita de Veronica Roth, apesar de tudo, e também gosto da forma como ela constrói seus personagens, então provavelmente lerei seus outros livros se ela decidir algum dia escrever outra coisa. Um escritor também aprende conforme escreve, e seu próximo livro com certeza será melhor.

Beijos, etc.

Resenha: Heróis do Olimpo #3 - A Marca de Atena

de Rick Riordan

A Marca de Atena começa imediatamente  após o final de Filho de Netuno, e finalmente temos os nossos sete semideuses reunidos e interagindo. Eu sou péssima com resumos, gente, então vou ser breve. Nesse livro, temos a realização da profecia da marca de Atena, que foi dita parcialmente no final do livro anterior e que escutamos completa aqui (pelo que me lembro, mas todo mundo sabe como minha memória é ruim). Temos vários momentos  em que os personagens vão em direções diferentes, cada grupinho com a sua própria missão, e aí eles se reencontram e contam o que aconteceu, e isso nos dá uma grade chance de conhecê-los de forma melhor, o que é ótimo. Especialmente por causa dos caras novos, que não conhecemos direito.
Rick Riordan se supera a cada livro que escreve. Eu gosto mais e mais de cada livro que vou lendo, e cada vez mais aprecio a sua forma leve (que a cada livro fica um pouco mais pesada) de lidar com as criaturas mitológicas perigosas que os personagens encontram, mesmo que para muitas pessoas essa mesma coisa seja considerada infantil.
A reunião de Percy e Annabeth, que acontece logo no início, é tudo o que eu sonhei que seria e mais. Aliás, tem muitos momentos fofos entre os dois nesse livro, o que é um alívio, já que apesar de sabermos que eles se amam, nós não tivemos muita chance de vê-los junto como namorados ainda.
Eu tenho muitas coisas para dizer sobre esse livro, mas a maioria delas poderiam ser consideradas spoilers, então vou falar sobre cada personagem separadamente, porque acho que fica mais fácil assim.
Primeiramente, Annabeth, a estrela do livro. Nós sempre soubemos que Annabeth era inteligente e corajosa, mas nesse livro nós temos a chance de estar "dentro de sua mente" enquanto ela nos mostra o QUÃO inteligente e corajosa ela é. Ela enfrenta alguns de seus piores medos de forma brilhante, exatamete como esperaríamos que ela faria. Não tenho nada além de elogios aqui.
Percy. Na verdade, as partes em que mais gostei do Percy foram as partes em que ele não estava narrando. Não que eu não tenha amado cada segundo de seus capítulos, mas depois de cinco livros do Percy falando para nós o que acontece, foi legal que outras pessoas nos contassem o que elas pensam sobre ele. E foi ainda mais legal ler o que Annabeth pensa sobre ele. Nós conhecemos a Annabeth a tanto tempo, e nunca soubemos direito como ela pensa. Aqui, nós finalmente temos essa ideia.
Sobre o Frank, eu gosto muito dele. Ele é inseguro, mas ele está ganhando cada vez mais confiança, e ao mesmo tempo ele se encaixa tão bem nos sapatos de "herói filho de Ares". Dá pra ver que ele vai fazer coisas incríveis, que ele tem potencial pra isso. E é fofo ver como sua relação com Hazel vai se desenvolvendo.
Já que mencionei Hazel, vamos para ela. Eu também a adoro, e o fato de ela ser um pouco antiquada por ter nascido a tanto tempo atrás faz dela ainda mais adorável. Ela parece estar finalmente aprendendo a usar suas habilidades de uma forma mais útil, não que elas tenham sido inúteis antes. Agora ela está aprendendo a controlá-las.
Amei os momentos entre ela e Leo, e fiquei feliz de ver que todo o assunto do Sammy foi resolvido rapidamente e sem muita dor e conflito (e ainda assim, de uma forma linda e bem executada). Eu estava muito preocupada com o que ia acontecer ali, e a última coisa de que precisamos é um triângulo amoroso.
O Leo, como sempre, foi incrível. Ele cometeu alguns erros nesse livro, mas qualquer personagem que não tenha falhas não é um bom personagem. E ainda que ele tenha cometido erros, ele salva os outros de situações ruins toda hora, então ele tem crédito o suficiente pra cometer alguns erros e ainda ficar bem. Gosto especialmente da cena com Echo e Narciso, que foi uma das minhas partes favoritas do livro.
A Piper é a personagem que menos gosto que narre. Não me leve a mal, eu ainda a adoro. Ela salva a vida dos outros semideuses constantemente, mas sempre que algum capítulo da Piper chegava, eu torcia um pouco a boca. Ela é ótima, mas os seus capítulos me cansam. Não sei por quê.
E por último (dos sete semideuses principais, que deviam ser oito, porque eu queria que o Nico estivesse entre eles), o Jason, que em várias ocasiões é paralisado contra a sua vontade durante as batalhas e impedido, de alguma forma, de lutar. E algumas vezes atrapalha ao invés de ajudar. Mas mesmo que ele não seja o mais inteligente dos personagens (veja, não estou dizendo que ele é burro, de forma alguma), ele ainda é um ótimo personagem. Ouvi várias reclamações sobre como o Jason não faz nada, como ele se acha um líder e não é... Mas gente, ele é um líder. Não da mesma maneira que o Percy é um líder (pois existem tipos diferentes) mas um líder de qualquer forma. O Jason é mais como um motivador. Toda vez que alguém precisa de ajuda ou consolo, toda vez que alguém não acredita em si mesmo, ele está lá, dizendo para a pessoa que ela pode, que ela tem que ser corajosa... Ele oferece apoio moral e incentivo, e essas são grandes qualidades para se ter. Qualidades de um líder.
Acho que não preciso dizer que adoro o Nico, todos já sabem. E estou muito feliz que conhecemos um pouco mais da Reyna nesse livro. Espero que possamos ver mais dela (e mais interações entre ela e a Annabeth! Por favor) nos próximos.
Eu não tenho nada de negativo para dizer sobre esse livro. Absolutamente NADA. E depois de ler o final eu estou muito feliz que tenha esperado até o quarto livro sair para começar essa série, pois não aguentaria esperar.
Não preciso nem dizer que recomendo para todo mundo.

Beijos, etc.