domingo, 20 de outubro de 2013

Resenha: Série Matched

de Ally Condie


Matched é uma trilogia de livros sobre uma sociedade distópica (nada de novo aqui) onde tudo é controlado pela "Sociedade", desde o quanto (e o quê) você come até o dia em que você morre.
Aos 17, se não me engano, acontece uma cerimônia onde você é pareado com a pessoa com a qual você irá se casar. Nessa cerimônia você pode se vestir com roupas elegantes e comer um banquete, coisas que eles não fazem no dia a dia.
Nossa personagem principal é Cassia, e começamos a estória com ela em sua cerimônia. Todos os pares são combinados de forma a criar filhos com a melhor combinação genética possível, e depois de você ver na tela quem vai ser seu par, você recebe uma maquinazinha (ou algo assim, não me lembro direito) com os dados da pessoa que foi escolhida para você, e Cassia é pareada com seu amigo, Xander. Quando ela vai para sua casa e tenta ver seus dados na maquininha, a pessoa que aparece é um garoto completamente diferente. Cassia fica nervosa, já que a Sociedade nunca erra, e esconde de todos o acontecimento.



A escrita é bem fácil e bem poética. Tão poética que em vários momentos se torna chato, mas na maioria das vezes ela funciona de forma bonita. A autora consegue colocar imagens vívidas em sua cabeça, as descrições são bem claras.
No primeiro livro, Matched, temos o ponto de vista de Cassia. Eu me interessei muito pela estória do livro e ele deixou mistérios o suficiente para que eu me sentisse tentada a ler o segundo. Aqui, temos o desenvolvimento do romance entre Cassia e Ky, e todos os momentos que eles compartilharam foram muito fofos. O romance funcionou bem, sem parecer forçado, o que foi um grande alívio. Isso é raro de encontrar.






No segundo livro, Crossed, temos a narrativa de Cassia e Ky, o que me deixou bastante surpresa. Ainda mais surpresa eu fiquei quando percebi que as vozes desses dois personagens, mesmo em primeira pessoa, eram diferentes. Nesse livro, aprendemos sobre o passado de Ky e mais sobre as três pílulas que todos carregam consigo para todos os lugares, além de conhecer personagens novos.
A escrita continua a mesma, mas o segundo livro me irritou bastante. Não acontece nada! Não existe climax em Crossed. Vários pontos em que poderiam ter havido conflitos são desperdiçados, passando sem incidentes, e no final eles voltam para o mesmo lugar onde estavam no início do livro. Crossed poderia não existir. Crossed está aqui para fazer da série uma  trilogia. Crossed é irrelevante. Infelizmente, isso fez com que a estória perdesse um pouco da magia.



Reached é diferente. Coisas acontecem! Apesar de não ser muito melhor do que Matched  (e os dois serem muito melhores do que Crossed, que foi bem ruim) é o que eu mais gostei da série. Nesse, temos o ponto de vista de Cassia, Ky, e Xander, e mais uma vez me sinto surpresa pela forma como a autora diferenciou suas vozes, suas narrativas.

Nesse livro, tudo é explicado. Ou pelo menos tudo que eu ainda tinha interesse em saber. Eu tinha medo de que a autora houvesse deixado mistérios demais em branco e que não fosse responder todos, mas o livro é bem amarrado, bem fechado.
Ainda assim, achei que o final ficou um pouco... mal resolvido. Deixou a desejar. Eu me senti satisfeita ao terminar, mas não tão satisfeita quanto poderia, ou esperava. Alguma coisa definitivamente faltou.


Eu ainda não decidi se vale a pena ou não ler esses livros, para falar a verdade. A escrita é muito bonita, apesar de um pouco cansativa, e os poemas apresentados pela autora se encaixam na estória de forma legal, mas eu me senti um pouco... vazia ao terminar. Não sei explicar, mas foi a sensação que tive.
Eu acho que não recomendaria essa série, mas é mais pelo segundo livro do que por qualquer outra coisa... Crossed foi tão ruim que quando li Reached eu simplesmente já não ligava mais pro que acontecia, eu estava lendo para terminar, e não para desfrutar.

Beijos, etc.

Resenha: Daughter of Smoke & Bone #1 - Feita de Fumaça e Osso

de Laini Taylor

Feita de Fumaça e Osso narra a estória de Karou, uma menina de cabelo azul que não sabe de onde vem. Desde pequena, ela foi criada por quimeras, sendo sua maior figura paterna o Brimstone, um homem com metade do corpo do bode e metade do corpo humano. Ela foi treinada para fazer alguns serviços para ele, coletando dentes (para quê, ela não sabe), e ele consegue chamá-la em qualquer lugar que ela esteja, não importa o quão inconveniente isso seja para ela.
Como recompensa, ele a retribui com pequenas jóias(?), ou pedrinhas(?), ou missangas(?), não lembro, que realizam os seus desejos. As menores, scuppies, realizam os desejos pequenos, os mais triviais, e o valor dos desejos realizados vai crescendo conforme as "pedrinhas" que ele a dá: scuppie, shing, lucknow, gavriel, e bruxis.
Karou logo descobre que existem dois mundos: o mundo dos quimeras e o mundo dos anjos, e ambos estão em guerra constante um com o outro.
Sinceramente, a estória do livro tem tanta coisa, nós descobrimos tanta coisa, que é inútil tentar explicar tudo o que está acontecendo nele.
No início, toda a informação nova é um pouco demais para aguentar, e eu fiquei bastante confusa com todos os nomes e com a aparência física de alguns personagens, mas assim que você se acostuma com tudo, o livro voa.
Laini Taylor tem muita criatividade, além de uma boa escrita, e ela descrevia Praga com tanta vividez que eu realmente me sentia lá. A escolha de lugar também me surpreendeu bastante (de um jeito bom), Praga. Nunca havia lido nenhum livro que se passasse lá.
Todos os personagens são muito bem construídos. Eu podia vê-los claramente, e imaginar seus gestos enquanto falavam. Até os personagens mais detestáveis eram fáceis de se ler. E a personagem principal, Karou, é inteligente e confiante, tudo o que eu gostaria que uma personagem principal fosse.
Uma das coisas que mais gostei foi que o livro não guarda todos os seus mistérios para o próximo volume. Nós temos a maioria das nossas perguntas respondidas nesse livro mesmo, e apenas algumas questões cruciais continuam não respondidas, mas só o bastante para nos fazer querer continuar a ler a série. Isso é bom e importante de se fazer, pois muitas séries deixam tudo para ser resolvido no final e acabam esquecendo algumas coisas. Tenho a impressão de que essa trilogia será muito bem amarrada, e isso me deixa com ainda mais vontade de ler o próximo.
Os diálogos, no entanto, me deixaram um pouco nervosa, porque muitas conversas que os personagens tinham pareciam inúteis. Eu sei que as pessoas conversam sobre coisas inúteis o tempo todo, mas alguns diálogos escritos por Laini me entediavam demais. Eles não fariam diferença nenhuma se não estivessem ali. Por exemplo, em certo ponto do livro, Karou e sua amiga Zuzana estão tendo uma conversa sobre borboletas no estômago, que dura quase duas páginas inteiras e não nos acrescenta em nada.
E aí nós temos, é claro, o romance. O livro não gira em torno dele, e ele nem chega a ser claro até que um bom pedaço do livro tenha se passado, mas ainda assim é importante para a estória.
No início, eu achei o romance entre Karou e Akiva forçado, como todos os outros romances em livros nesse estilo parecem ser. Mas de pouquinho em pouquinho eu fui gostando da relação deles, torcendo por eles... E nós descobrimos depois por quê eles se sentiam atraídos um pelo outro, e tudo fica bem.
E Akiva, o tal interesse romântico de Karou, é simplesmente adorável. Eu sei que adorável é uma palavra estranha para descrevê-lo, mas toda vez que ele se sentia desconfortável ao fazer alguma coisa humana eu pensava no quão fofo tudo aquilo era. Ele tentando entrar no banheiro e tendo dificuldades, por causa de suas asas gigantes, ou se assustando com o elevador, ou tentando contar piadas...
De forma geral, o livro não tem muitos pontos negativos. Foi bem divertido e interessante de ler, e eu mal posso esperar pelos próximos. Já pedi Dias de Sangue e Estrelas, e o último livro, Dreams of Gods and Monsters, deve sair no início do ano que vem lá nos states. Yay!

Beijos, etc.


Resenha: Heróis do Olimpo #2 - O Filho de Netuno

de Rick Riordan


Atenção: Spoilers do primeiro livro. Mas já que todo mundo já leu essa série e eu sou a última, isso não importa muito.
Atenção 2: Estou um pouco exaltada. Talvez essa resenha não seja tão profissional quanto eu gostaria que fosse.

O Filho de Netuno é o segundo livro dessa série linda e maravilhosa. Ele se passa uns... seis ou sete meses depois de O Herói Perdido, e agora finalmente sabemos o que Percy tem feito durante todo esse tempo que esteve perdido.
Nesse livro temos várias coisas novas. Além de vários personagens diferentes, temos que nos adaptar a outro acampamento, e ao estilo romano de vida. Ainda não estou acostumada a chamar os deuses por seus nomes romanos, e acho que nunca estarei.
Começamos direto onde eu queria. BAM! Percy. Assim como Jason, ele não se lembra de nada de sua vida (além do nome de Annabeth, o que foi super fofo), e tem que se acostumar com a sua vida nova sem qualquer ideia do que esteja acontecendo. Temos Hera, irritante como sempre, Ares, arrogante como sempre, e muitos personagens mitológicos novos. Alguns chatos, alguns preciosos.
Temos também o resto do nosso grupo de sete semideuses! Yay.
Agora, sobre esses novos personagens... Eu gostei da Hazel, ela é ok. Eu sabia de cara de quem ela era filha (falando nisso, um dos meus personagens mais queridos aparece! *olhos de coração*). E temos Frank, que é até bem legal. Eu gostei dele, e não fazia ideia de quem ele era filho, assim como ele. Ele é inseguro como o Leo, e honestamente? Eu sei que as pessoas são inseguras, mas eu meio que esperava que ele fosse diferente. Já temos um inseguro no grupo, não preciso de mais gente dizendo o quanto eles não são bons o suficiente.
Mas o Frank é diferente. Ele é mais sensível, ele não cobre seus sentimentos com uma máscara de humor e sarcasmo como o Leo, ele só... sente. Ele é como um urso panda gigante. É, essa parece uma ótima descrição.
Posso por favor expressar aqui meu ódio pelo Octavian? Octavian é um personagem novo, do acampamento romano, que atrapalha a vida de todos constantemente. Ele é um augúrio (como se fosse a versão romana do oráculo, só que sem as profecias. Ele faz presságios, e antigamente se usavam entranhas de animais para isso, mas eles não matam nenhum animal hoje em dia, então Octavian faz seus presságios através de entranhas de ursinhos de pelúcia). Apesar de não poder negar que a imagem de um garoto irritado e malvado andando por aí com ursinhos de pelúcia na mão seja hilária, eu tenho certeza de que ele vai nos trazer problemas no futuro. Ugh, como eu queria poder matar personagens com o poder da minha mente.
A missão nesse livro é bem interessante, e o prazo é, como sempre, curto. Eu ainda senti que eles conseguiriam ter feito tudo com folga se não tivessem se desviado do caminho por um momento, a pedido de Reyna.
Apesar do nosso amado Percy ter voltado nesse livro e de eu adorar vê-lo pela perspectiva dos outros quando antes só o via pelos seus próprios olhos, eu tenho que dizer que gostei mais d'O Herói Perdido. Eu adorei esse também, e ele quase empatou no primeiro lugar! Mas acho que gostei mais dos personagens novos do primeiro, e simplesmente não consigo me acostumar com o acampamento romano e a forma romana de se viver.
Ainda assim, esse livro é ótimo, e Rick Riordan não deixa a desejar em sua escrita.
Mais uma vez, preciso recomendar essa série para qualquer pessoa que ainda não a tenha lido (ou seja, ninguém).

Beijos, etc.

Resenha: Delirium #1 - Delírio

de Lauren Oliver

É bem irritante quando as séries tem o mesmo nome do primeiro livro. Só um comentário breve.

Delírio se passa em uma sociedade distópica onde o amor é considerado uma doença. Garotos e garotas são separados a vida inteira, e perto dos 18 anos eles recebem a "cura" do amor, para então serem pareados com a pessoa com a qual irão viver e ter filhos.
Essa sociedade é cercada de muros e arames, para manter os "Inválidos" (as pessoas que moram fora e que não foram curadas do amor) do lado de fora, e  impedi-los de trazer a sua doença para dentro.
A vida continua mais ou menos a mesma, exceto pela falta de amor. E não é só falta de amor, é falta de qualquer sentimento forte que se pode ter por qualquer coisa. Falta até mesmo de compaixão. As pessoas tem animais de estimação, mas elas não os amam. Elas tem filhos, e elas não os amam.
Nossa personagem principal é Lena. Ela está perto de fazer o seu teste para ver com quem ela será pareada, já que está quase com 18 anos.
E então, é claro, ela vai de aceitação à descrença. E é essa a estória do primeiro livro: sua jornada do momento em que ela ainda é submissa à sociedade e aos seus valores, até o momento em que ela percebe tudo que há de errado ali e resolve fazer alguma coisa sobre isso.
Sobre o romance no livro... Eu provavelmente tenho algum problema com romances, porque nenhum desses casais de YA parece me tocar. Eu gostei de Alex como um personagem, mas a relação deles me pareceu forçada. Eu entendo que Lena nunca falou com meninos na sua vida, e que era mesmo provável que ela se apaixonasse pelo primeiro que a desse bola, mas mesmo assim. Forçado. O único momento em que senti qualquer coisa sobre o amor deles foi em uma cena que eles tiveram em um trailer, mas sem spoilers.
Lena é a sua típica personagem principal de YA. Ela é insegura, se perguntando diversas vezes durante o livro como alguém poderia gostar dela, e quando ela nos diz suas características físicas suas palavras são sempre "Nem alta, nem baixa, nem gorda, nem magra, nem bonita, nem feia. Apenas comum.". Ela deixa claro que não vê nada de mais em si mesma, e eu estou deixando claro agora que isso me irrita profundamente nesses livros. Que tal uma personagem principal que se ache bonita? Que tenha outros problemas consigo mesma que não sejam relativos à sua aparência?
Ou seja, não gostei de Lena. Parece que ela vai melhorar drasticamente nos outros livros, pelo que ouvi, mas essa é a minha opinião agora.
Passando para a escrita, eu tenho que dizer que esperei mais. Não é ruim, não exatamente. É que com todos me dizendo que a escrita era muito poética e bonita, eu esperava algo... Bom, poético e bonito. Mas o que consegui foi uma escrita um pouquinho diferente do "normal", que se me provocou qualquer reação foi a de cansaço mental. Não porque seja difícil de ler, mas por ter tanta informação desnecessária. A autora faz comparações demais. Em todo o parágrafo que a narradora descrevia uma sensação, ela a comparava com alguma coisa. O gosto de alguma comida nunca era o gosto daquela comida apenas, mas de várias outras misturadas. A sensação de nadar não era apenas como nadar, mas como flutuar no espaço em meio às estrelas que vagarosamente explodiam enquanto um navio pirata espacial a seguia pelos confins da Via Láctea, ou algo assim. E ei, eu gosto de comparações, quando elas fazem sentido e são preciosas, mas Lauren Oliver as coloca em todos. os. parágrafos. E eu até entendo como isso pode ter maravilhado algumas pessoas que leram o livro e me disseram que a escrita é ótima, mas eu não consegui ver nada demais.
Um outro ponto negativo da escrita foi a mudança repentina de Lena. Eu gosto quando meus personagens se desenvolvem de forma plausível, e é muito irritante quando não há desenvolvimento nenhum, mas ainda mais irritante é quando esse desenvolvimento é simplesmente inacreditável, súbito.
Lena vai de completamente devota e submissa à sociedade à completamente apaixonada e disposta a lutar contra todos que a queiram parar em pouquíssimo tempo. De repente, ela enxerga tudo como é. Não acreditei nesse desenvolvimento, ele não me pareceu natural de forma alguma.
Uma das coisas que me tocou e perturbou nesse livro foram as relações entre pais e filhos. Os pais não demonstram afeto por seus filhos, então quando eles se machucam na rua e choram, ninguém se importa. Algumas mães mataram seus filhos por eles serem irritantes e não pararem de chorar. É horrível, e eu não sei como como as pessoas dessa sociedade podem achar que isso esteja dando certo, e por tanto tempo. O amor é uma parte muito grande de nossas vidas, e mesmo quando não temos nada, ainda o temos. Se você o tira de nós, o que nós nos tornamos? Máquinas? Zumbis?
Um ponto positivo do livro foram os pequenos trechos no início de cada capítulo, alguns com cantigas, outros com pedaços do Shhh (Suma de hábitos, higiene e harmonia, o livro que eles seguem como sua Bíblia), outros com reportagens sobre o momento em que a sociedade mata os inválidos e cria suas fronteiras... Isso foi bem pensado, uma forma ótima de dar informações ao leitor sem criar um capítulo inteiro só para isso. Um toque bem interessante à estória.
Eu vou continuar lendo a série, é claro. Tenho esperanças de que Lena melhore, e realmente quero saber o que vai ser desta sociedade sem amor. Além disso, não gosto de desistir.

Beijos, etc.

Resenha: Fangirl

de Rainbow Rowell

Fangirl é a estória de Cath, uma menina que está ingressando na faculdade e adora escrever fanfics sobre a famosa série de livros Simon Snow. Simon Snow é uma série fictícia que existe apenas no universo do livro de Rainbow Rowell, então nada de pesquisar os livros pra download na internet. Cath é uma das escritoras de fanfics mais famosas do fandom de Simon Snow. Ela tem uma irmã gêmea, Wren, que sempre fez tudo junto com ela, mas que decidiu que agora que elas iam para a faculdade, talvez elas devessem conseguir quartos separados e tentar descobrir quem elas são sem a outra ao lado (o que é completamente compreensível, ao meu ver). Cath não gosta dessa ideia. Ela e Wren sempre fizeram tudo juntas, e agora que elas estão entrando em uma parte difícil de suas vidas, ela quer se separar?
O livro conta o primeiro ano de Cath na faculdade, e as dificuldades pelas quais ela passa com sua família, seus amigos, e suas novas aulas.
Assim que vi o título desse livro eu me empolguei. Fangirl! Finalmente, um livro sobre mim. Eu esperava me identificar completamente com a personagem principal e com o seu amor e entusiasmo pela série de livros que ela lia, e como já tinha lido Eleanor & Park, da mesma autora, acho que minhas expectativas estavam um pouco altas.
O livro não é ruim, não é isso. Eu só não simpatizei com a estória, ou com os personagens, tanto quanto achei que ia. Cath tem muitas características parecidas com as minhas, como a preferência por estar sozinha na maior parte das vezes, o seu amor pelos livros que lê, alguns pensamentos que ela tem durante o livro... Mas na maior parte do tempo, Cath só me deixou frustrada. Eu entendo que ela é do tipo que sofre calada e toma as dores dos outros, mas tantos dos problemas que ela tinha podiam ser resolvidos se ela apenas falasse sobre eles. Se ela falasse com sua irmã, se falasse com seu pai, se falasse com Nick, se falasse com Levi, se falasse com sua professora... Não estou nem falando sobre a refusa de Cath de escrever a sua estória de 10 mil palavras, pois eu mesma já desisti de alguns trabalhos apenas por não aguentar a pressão de ter que sentar e fazê-los. O que eu me frustra é a forma como ela não parecia nem tentar. Ela simplesmente desiste, e isso eu não entendo. Eu sei que inspiração é difícil e se você não quer escrever alguma coisa, você simplesmente não consegue escrever essa coisa, mas existe uma diferença entre tentar e não conseguir e não tentar. Lembra quando o Yoda disse "Faça ou não faça. Não existe tentativa" ou algo assim? Então. Isso é besteira.
Seguindo em frente... Quando a primeira metade do livro passou e nós entramos no segundo semestre de Cath na faculdade, eu já não aguentava mais ler o livro. Completamente irritada com Cath, não conseguindo ligar para nenhum dos personagens além de sua colega de quarto (não, nem para o Levi eu ligava, apesar de reconhecer que ele até que é bem legal), eu quase desisti. Só continuei lendo pois queria saber o que ia acontecer com Nick no final, e para saber se as gêmeas fariam as pazes.
Um aspecto do livro que poderia ter sido ótimo mas que tornou tudo ainda mais cansativo para mim foram os trechos sobre Simon Snow no final de cada capítulo. As vezes eram trechos dos livros originais, as vezes eram das fanfics, e as vezes eram reportagens sobre o fenômeno que a série foi, mas todos eles me irritaram igualmente. Talvez eu já estivesse cansada demais de ler e não aguentava mais, não sei. Só sei que depois de 30% do livro eu já estava pulando todas as partes que falavam sobre a série.
Apesar disso tudo, o livro é... legal. Serve como entretenimento leve. Só acho que poderia ser umas 100 páginas mais curto sem perder qualquer coisa de sua essência.

Beijos, etc.

Resenha: Heróis do Olimpo #1 - O Herói Perdido

de Rick Riordan

Primeiro de tudo, eu preciso dizer que estou querendo ler essa série já tem muito, muito tempo. Eu nunca consegui, no entanto, por que eu simplesmente não conseguia lembrar de nada que havia acontecido na série Percy Jackson e os Olimpianos, e como essa série trata da profecia que foi dita por Rachel no final do outro livro, eu senti que eu queria lembrar bem de tudo antes de seguir em frente, para Heróis do Olimpo. O problema é que vida de leitor é complicada, e eu tinha várias coisas pra ler. Eu sempre tenho várias coisas pra ler, amém. E eu nunca achei tempo para reler cinco livros e só então começar mais uma série.
Ultimamente, no entanto, resolvi que era a gota d'água. Estava recebendo muitos spoilers e a vida não estava mais funcionando pra mim sem essa série, então tomei coragem e dei uma relida super rápida naqueles cinco.
Vamos ao que interessa?
Não vou dar uma sinopse longa, porque todo mundo já sabe sobre o que a série é. Nesse primeiro livro, nós nos deparamos com três personagens completamente novos: Jason, Piper, e Leo, e acompanhamos suas lutas para completar uma missão, enquanto cada um tenta lidar com seus próprios problemas. Jason, sem nenhuma memória; Piper, que desde o iníciozinho deixa claro que está sendo ameaçada por alguém que diz que ela terá que trair os seus amigos se quiser ver seu pai de novo; e Leo, com segredos sobre suas habilidades e um passado um tanto... interessante e perturbador.
Eu não percebi, até ler este livro, o quanto eu sentia falta da escrita de Rick Riordan e de todo o conhecimento que ele joga em suas páginas. Antes que você perceba, tem o mito de vários deuses e heróis memorizados em sua mente, e está indo buscar algo no Google de 20 em 20 minutos. Também não havia percebido o quanto sentia falta de Annabeth e Percy, e a falta de Annabeth foi resolvida, já que ela está aqui (mesmo que por um pequeno período de tempo), mas a falta de Percy não, já que ele está perdido por aí (todo mundo sabe disso, certo? Certo. Todo mundo sabe que o Percy não está nesse livro, ninguém consegue fugir dos spoilers. Eu não consegui).
Os novos personagens são muito bons. O "pai divino" de Jason estava óbvio desde SEMPRE, e o de Leo foi revelado antes que pudéssemos teorizar, mas eu demorei bastante com o de Piper. Só descobri mesmo quando já estávamos perto da parte onde todos descobrem, então... Sem méritos para mim.
Jason se parece um pouco com o Percy, mas não é tão sarcástico ou abusado ou engraçado, e eu sinto que eles vão bater de frente assim que tiverem a oportunidade. Na verdade, eu espero. Adoro briga. Piper é corajosa, apesar de ter me deixado um pouquinho irritada em certos momentos, e suas habilidades são muito úteis. Leo é um amor. Rapidamente eu me vejo querendo segurá-lo no colo e dizer que tudo vai ficar bem, que ele é tão bom quanto os outros, e que ele vai conseguir prosperar.
Em resumo, bons personagens. Ótimo enredo. Tudo muito bem amarrado. Como sempre.
Eu gosto principalmente da forma como Rick deu a cada um os seus 15 minutos de fama, por assim dizer. Ou seja, ele não deu mais atenção à um semideus ou à outro, todos os três são igualmente importantes na missão, todos os três ajudam, todos os três são poderosos.
Adorei os deuses, ninfas e etc nesse livro. Rick escreve de uma forma que faz com que nada pareça forçado demais (só um pouquinho, só as vezes, só raramente, e mesmo assim da forma mais divertida possível), e numa série sobre filhos de deuses com poderes especiais isso é bem difícil. Até as cenas de luta parecem naturais.
*suspira* Eu realmente senti falta disso.
Recomendo essa série a todos que leram Percy Jackson, e recomendo a todos que não leram Percy Jackson que vão ler imediatamente. Mas a quem eu estou enganando? Todo mundo já leu esse livro. Eu sou a última.
De qualquer forma, para o Filho de Netuno nós vamos, na esperança de conhecer os outros membros dos sete, e rever o Percy.

Beijos, etc.

Resenha: Legend #1 - Legend

de Marie Lu

Legend se passa em uma sociedade distópica, como metade de todos os outros livros atuais que estão sendo lançados (não que eu esteja reclamando, adoro distopias, e se precisamos de algo que seja moda, é melhor que sejam distopias, e não vampiros). Nele, os Estados Unidos foram divididos em duas partes: a República e as Colônias. Nossa estória se passa na República, onde todas as pessoas, ao atingirem uma certa idade (se me recordo bem, 12 anos) fazem um teste de aptidão, que decide pra que escola elas irão, qual cargo elas irão ocupar, e etc., e os que falham o teste são mandados para trabalhar no campo.
O livro mostra o ponto de vista de dois personagens diferentes: Day e June. Day, um menino que vem de família pobre, que falhou no seu teste de aptidão e fugiu, e que é o criminoso mais procurado da República apesar de ter apenas 15 anos, e June, que tirou a nota máxima em seu teste, que vem de família rica e influente, e que já tem um cargo militar elevado garantido apesar de também ter apenas 15 anos. Basicamente, dois personagens opostos.
A estória começa com June recebendo sua primeira missão: capturar o criminoso Day.
Esse livro é basicamente um apanhado de vários outros livros aglomerados em uma estória só, mas que ainda assim, de alguma forma, consegue ser original. Em vários pontos desse livro me peguei pensando “ei, essa ideia vem de livro tal”, mas ao invés de irritar, isso apenas faz com que você sorria em admiração à Marie Lu por conseguir criar algo bom de várias coisas já existentes.
Além disso, a escrita é muito boa. O livro tem cenas de ação o tempo todo que, mesmo que recorrentes, não parecem forçadas. Eu senti que tudo o que aconteceu tinha um propósito ali, nada estava sendo descrito a toa.
Todos os personagens são bem construídos e interessantes, e se desenvolvem ao longo do livro de forma satisfatória. É difícil, as vezes, encontrar livros com personagens que se desenvolvam de forma plausível, que não mudem de opinião do nada só para o bem da estória, e nesse livro isso foi muito bem feito.
Sobre a relação entre Day e June, ouvi muitas pessoas dizendo que foi “Instalove” (amor instantâneo), que eles não tinham uma razão para se sentirem daquela maneira um pelo outro, foi muito forçado, etc..., mas da maneira como eu entendi o livro, não foi nada disso. Não foi amor instantâneo, foi atração física instantânea, e isso acontece, galera. Você pode se sentir fisicamente atraído por outra pessoa, sem precisar conhecê-la, sem precisar de uma razão específica. Você olha pra alguém e pensa "ei, que pessoa bonita. Eu gostaria de fazer a batalha das bocas com ela". E vamos lá né gente, June descreve Day como um cara muito atraente, e o desenho que a própria autora fez do personagem sugere a mesmíssima coisa. Eu também estaria atraída por ele, sério. E o Day também não diz nada diferente de June. Ou seja, dois adolescentes hormonais e atraentes correndo pelas ruas e tentando ser um mais esperto que o outro, claro que “vai dar namoro”.
De qualquer forma, já mencionei como adorei o modo como Marie Lu fez o desenvolvimento dos personagens, sendo o maior deles o desenvolvimento de June. Durante o livro, ela passa por coisas que a fazem perceber que a República não é nem de perto o local maravilhoso que ela achava que fosse, e nós acompanhamos sua relutância em ir contra o que sempre acreditou, em se rebelar. Eu adorei isso, pois a opinião de uma pessoa não muda da noite pro dia, mas sim como algo gradual, e Marie Lu soube descrever a opinião de June muito bem.
As mortes do livro me chocaram completamente, e fiquei triste com todas elas. Uma delas acontece beeeem no início, com um personagem sobre o qual eu adoraria ter sabido mais, mas que morre cedo.
De forma geral, o livro é uma das melhores leituras do ano. Ouvi dizer por aí que a tradução não é boa (poxa, Rocco), e sei por experiência que as mudanças de fonte de um capítulo para outro para representar June e Day de formas diferentes podem se tornar bem cansativas (apesar de isso não ser culpa da Rocco), mas fora isso é tudo uma maravilha. Acontecem MUITAS outras coisas interessantes que nem citei aqui, só pra não dar spoiler. Mal posso esperar para saber mais sobre as colônias e os patriotas. Prodigy, aqui vou eu.

Beijos, etc.

sábado, 19 de outubro de 2013

Resenha: Eleanor & Park

de Rainbow Rowell

Eleanor & Park é um romance contemporâneo sobre dois "excluídos". Park, um menino descendente de asiáticos (por parte de mãe) com uma reputação frágil na escola, construída lentamente através do tempo, e Eleanor, uma menina nova no local, ruiva, que veste roupas estranhas e não parece ligar para o que os outros pensam dela.
Eles se conhecem no ônibus, no primeiro dia de aula de Eleanor. Ela tem problemas para achar um lugar para sentar, e eventualmente Park fica com pena dela e manda ela sentar ao seu lado. A partir daí, eles vão vagarosamente desenvolvendo uma amizade, que se transforma em um romance. Tudo isso regado de problemas familiares e momentos realmente dolorosos de se ler.
O livro é muito, muito fofo. O amor entre eles se desenvolve de uma forma tão natural e bonita que não tem como você não torcer por eles e suspirar aliviadamente sempre que algo dá um pouquinho certo. Eles encontram muitas dificuldades, é claro, e eu bufei de raiva em vários pontos, mas vale muito a pena ler.
Eu não reparei muito na escrita da autora porque estava ocupada demais lendo freneticamente só para saber o que ia acontecer, e isso é um ótimo sinal. Isso significa que eu estava tão dentro do livro que nada podia me tirar dele, e é difícil encontrar pessoas que escrevam assim, de uma forma que te prenda tão completamente. Ou seja, Rainbow é uma boa escritora, ou pelo menos foi, nesse livro. Nenhuma decepção aqui.
Sobre os dois personagens principais, eles são muito bem desenvolvidos, muito bem pensados. Eles parecem pessoas de verdade. Todos os personagens do livro parecem pessoas de verdade. Isso tendo sido dito, eu não tenho certeza se gostei da mocinha, Eleanor.
Ela me parecia insegura demais. Como uma personagem, ela é ótima, mas como uma pessoa, eu só tenho vontade de dar um tapa amigável na testa dela e falar "pare de duvidar, droga!". Ela parecia tão cética quanto ao romance entre ela e Park, e isso ficava tão cansativo em algumas partes... Eu estava cansada de ouvir "Park é a uma luz na minha vida que vai se apagar eventualmente, e eu tenho que aproveitar isso enquanto dure". Ok, ela não disse isso, exatamente, mas seu pensamento foi esse. Ela estava o tempo todo esperando que tudo fosse acabar, assumindo que tudo fosse acabar, sem esperança alguma. Não vai acabar, Eleanor! Não necessariamente. Não se você não deixar acabar. E no final, ela me deixou muito, muito frustrada com algumas coisas que fez.
Park, por outro lado, é maravilhoso, eu não tenho nada além disso para dizer sobre ele. Sua família é ótima (principalmente sua mãe), e representa um total oposto à família de Eleanor.
Todos os personagens desse livro são bons personagens. Não boas pessoas, opa, não me entenda errado, mas bons personagens. E ei, no final, eu até passei a "simpatizar" com alguém que eu não gostava antes! Pontos bônus.
Se eu tivesse que dar estrelas ao livro, eu daria 4, por toda a atmosfera pesada presente nele que me fez mal enquanto eu o lia, e pelo final, que foi... Ok? Satisfatório, de uma forma geral? Decente? Mas não o que eu esperava, ou queria.
Mas ei, o livro é muito fofinho, e eu recomendo sim.

Beijos, etc.

Resenha: Mara Dyer #1 - The Unbecoming of Mara Dyer

de Michelle Hodkin

Cinco milênios depois de terminar de ler, eu faço uma resenha.
A série Mara Dyer é como um terror psicológico leve (eu achei leve), com o primeiro livro da trilogia sendo The Unbecoming of Mara Dyer (A Desconstrução de Mara Dyer, no Brasil). Mara e seus amigos estavam em um hospício abandonado, à noite (burrice, idiotice, coisa de adolescente americano), quando o lugar desabou, e ela foi a única sobrevivente, mas ela não tem lembrança nenhuma de como ou por quê o acidente aconteceu. Após ter se recuperado, Mara e sua família se mudam, pois Mara não pode mais suportar viver e estudar no mesmo lugar com a constante memória dos amigos a atormentando.
Ela passou por um grande trauma, e isso traz consequências. Mara começa a ter alucinações durante o livro, e a autora te leva para tão dentro da estória que você, assim como Mara, não sabe o que é real.
Mara não é uma narradora confiável. Ela vê algo e você pensa que é verdade, e logo depois pensa que é mentira, só para voltar a acreditar que tudo era verdade de novo. Ela te confunde. O livro é como estar enlouquecendo, você mesmo.
Em vários momentos eu me peguei pensando: "mas será que isso aconteceu mesmo?" E muitas vezes me surpreendi com a resposta.
Além disso, temos o enredo do livro em si, que fala sobre a adaptação de Mara à uma nova escola, com novos amigos, novos inimigos, e um novo namorado em potencial, é claro. Noah é um garoto cheio de si que rapidamente nota a presença de Mara e começa a segui-la pela escola, o que eu a princípio não gostei, mas seu interesse súbito nela foi, felizmente, explicado.
Eu gostei muito de Mara e Noah. Não liguei muito para a relação entre eles (espero que isso mude nos próximos livros) mas liguei para Mara e Noah separadamente. Você aprende a gostar deles, mesmo que as vezes suas personalidades sejam difíceis.
A família de Mara foi uma das ótimas partes do livro. Nós conhecemos bem seus pais, e até o trabalho deles, e também conhecemos seus dois irmãos (os dois melhores personagens do livro, eu diria).
A escrita de Michelle é simples e boa. Ela flui de uma forma fácil e o mistério do livro te prende por si só. Eu meio que estava esperando que a narrativa fosse no presente (como todos os outros malditos livros hoje em dia), mas não é.
Com certeza lerei os outros, e não só por que odeio deixar uma série inacabada. Mal posso esperar para que os mistérios (que são muitos) se resolvam. Realmente, essa série parece ser muito interessante.

Beijos, etc.