segunda-feira, 10 de junho de 2013

Resenha: Invisibility

de Andrea Cremer e David Levithan

Invisibility conta a estória de Stephen, um garoto de 16 anos que nasceu invisível. Ninguém nunca foi capaz de vê-lo, nem seus próprios pais.
Stephen se acostumou a desviar de pessoas ao andar na rua, a não falar com ninguém, a pagar suas contas e fazer suas compras pela internet, e a viver uma vida completamente solitária. Um dia ele conhece Elizabeth e, como acontece com todas as outras pessoas, Stephen assume que ela não pode vê-lo. Até que ela fala com ele.
Essa é basicamente a premissa do livro. Ele começa simples, tranquilo apesar da atmosfera triste. O livro é escrito por dois pontos de vista: Stephen e Elizabeth. Stephen escrito por David, Elizabeth escrita por Andrea.
Nunca li nenhum livro da Andrea antes desse, mas não é segredo que desde que comecei a ler livros do David Levithan eu me apaixonei por sua escrita. Ele tem uma forma diferente de narrar suas estórias, um jeito complexo e ao mesmo tempo... simples. Suas partes no livro foram minhas partes favoritas, sem dúvida. Sobre a escrita da Andrea, não acho que seja justo julgá-la apenas por ter lido este livro, mas a impressão que tive foi de que em algumas passagens sua narrativa não era consistente, e um pouco cansativa. Era como se ela começasse a narrar um acontecimento na sua própria forma de escrever, e de repente mudasse para outra forma, de outra pessoa.
Sobre a estória, eu gostei do início e do finalzinho, mas o meio... No meio os fatos mudam, os personagens descobrem coisas que mexem com a dinâmica do livro, o tornando um pouco chato, um pouco arrastado.
Eu não esperava por essa explicação da invisibilidade de Stephen. Na verdade, eu acho que não esperava explicação nenhuma. Achei que esse livro ia ser um livro de sentimentos, de interação entre pessoas, com nada de mistério ou ação, mas estava enganada. Não que tenha muito mistério ou ação, mas me desapontou de qualquer forma.
Desapontamento salvo apenas pelas felizes referências à Doctor Who, Harry Potter, etc.
Sobre os personagens, Laurie será sempre o meu favorito. Ele é simplesmente o melhor irmão, a pessoa mais determinada, mais forte e mais fofa de todas (Talvez eu esteja exagerando, mas... Eu realmente amei o Laurie).
Stephen também é um bom personagem, e sua única falha é ser bom demais com relações novas para alguém que nunca fez nenhuma. Eu entendi que ele lê muitos livros, assiste pessoas na rua, e vê muita TV, e por isso sabe se comportar como uma pessoa "normal", mas ainda assim, isso não seria o suficiente para prepará-lo para uma relação com pessoas completamente novas e reais, e ele parece aprender muito rápido a se relacionar com Elizabeth. Eu esperava que ele fosse ser a)tímido, reservado, com medo de falar ou b)extremamente falador e sem escrúpulos, como se todos esses anos sem falar com quase ninguém tivessem sido acumulados e agora estivessem saindo. Mas eu reconheço que essa é apenas a minha visão de como alguém que vive recluso deveria se comportar, e que ela não necessariamente precisa ser verdadeira.
Sobre Elizabeth, eu a achei normal. Ela é definitivamente determinada, e talvez um pouco inconsequente em sua determinação, mas uma boa pessoa, no final de tudo.
A única coisa que me incomodou MUITO foi o amor instantâneo. Oi? Eu sei que eles são o par romântico da parada. Eu sei que Stephen vai ter uma relação profunda com ela, pois ela é a primeira pessoa com quem ele realmente fala que não é de sua família. E eu sei que Elizabeth está num lugar novo, sem amigo nenhum, e precisa de alguém pra conversar, mas oi? Foi tudo tão repentinamente do "oi" ao "te amo" que não houve nem tempo para um conhecimento profundo da outra pessoa. Tudo só... aconteceu.
*suspira* Eu preciso achar um livro com um desenvolvimento de relação crível, que eu realmente possa entender, que não tenha algo pura e simplesmente "olhei-gamei", mas é tão difícil quanto achar nota de um real.
Enfim, uma resenha pequena para um livro sem nada de mais. Gostável, mas apenas no sentido de passar o tempo. Mas de qualquer forma, acho que David Levithan vale a pena.

Beijos, etc.

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