segunda-feira, 6 de maio de 2013

Resenha: O Retrato de Dorian Gray

de Oscar Wilde


Ah, Oscar Wilde *suspira*. Eu nem li tantas coisas que você escreveu assim e já grito para quem quiser ouvir que você é um de meus autores favoritos.
E hey, hoje vou falar sobre um dos meus livros favoritos.
O Retrato de Dorian Gray. Todo mundo sabe o que é, mas pra quem não sabe... É sobre um jovem, extremamente bonito e inicialmente inocente, que é percebido um dia por um pintor, o Basil. Basil decide que a beleza de Dorian deve ser eternizada e Dorian aceita posar para um quadro.
Dorian não faz ideia de que seja tão bonito assim, mas Basil e seu amigo Henry continuam insistindo que sim, entao quando Dorian põe seus olhos no quadro e se vê diante de sua própria beleza, amaldiçoa a pintura por poder permanecer para sempre imaculada enquanto ele, pobre humano, está fadado a envelhecer e morrer. E como se não bastasse, ainda diz claramente que faria tudo para ser capaz de trocar de lugar com o retrato, permanecendo bonito e jovem para sempre, enquanto o retrato envelhece e apodrece.
Ufa. Isso acontece nas primeiras páginas.
A beleza do livro está na forma como Dorian vai lentamente sucumbindo à uma vida de perversidades, lentamente fazendo tudo que Henry diz que faria mas não tem coragem de realmente fazer, lentamente percebendo que ele não está, afinal, envelhecendo. Em sua superficial personalidade, Dorian se deixa influenciar não apenas por Henry, que tem pensamentos horrivelmente divertidos sobre tudo (como praticamente todos os personagens do livro insistem em dizer. Oh!, ele é tão divertido e tão malvado!), mas também pelo próprio retrato. O momento em que Dorian descobre que o retrato está sofrendo as consequências por ele é o momento em que se perde de verdade.
Mas chega de falar da estória. Vamos falar da prosa.
Um belo dia meu pai me disse: "Você gosta de livros fáceis de ler, mas com palavras e pensamentos complicados. Toma, Oscar Wilde." Pai, não sei como agradecer. A forma como Oscar escreve é fascinante para mim, e o diagrama de Venn entre coisas que Henry diz e coisas que eu sublinhei é quase um círculo. Apesar de ser uma péssima influência, 98% das frases boas tiradas desse livro vem da boca de Henry.
Oscar escreve de uma forma simples, mas joga frases que te fazem pensar (ou apenas rir e murmurar para si mesmo: é verdade!) o tempo todo, e esse é o meu tipo favorito de escrita.
Oscar também nunca deixa claro o que é que Dorian faz de mau e perverso, deixando isso para livre interpretação dos leitores, e apesar do não-saber quase me matar de curiosidade, o livro funciona melhor dessa forma.
Favorito? Com certeza. Merece ser lido por todos.

Beijos, etc.

Um comentário:

  1. Você me deve o Oscar, ele realmente é um dos grandes do século xix. Falsamente frívolo, grandemente crítico. Uma vida trágica de uma alma que, afinal, era fundamentalmente boa.Um bom escritor para se ter como amigo por perto, enfim.

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